Publicado em Ética, Casta, Classe social, Cultura, Desigualdade social, Estamento social, Moral, Pensadores, Xerimbabo

Lançado o livro O BRASIL INEVITÁVEL: Ética, mestiçagem e borogodó

Meu livro O BRASIL INEVITÁVEL: Ética, mestiçagem e borogodó estará nas livrarias a partir desta terça-feira, dia 19 de março. Poderá ser obtido pelo site da editora Topbooks ou nas próprias livrarias, exceto Cultura e Saraiva, que não andam pagando suas dívidas às editoras.

O livro tem 413 páginas, incluindo Índice Remissivo e custará algo em torno de R$ 74,00.

Neste Facebook há uma página com o título em que posto artigos que se remetem a capítulos ou seções do livro. A visita a essa página e comentários serão muito bem-vindos. Especialmente depois que os comentaristas tenham lido o livro.

Desde o título, não é difícil de entender este livro, ainda que as surpresas aparecerão em cada canto. O Brasil é inevitável tanto pelo que passou em sua história ríspida, dura, tumultuada, mas com algum esmero, quanto pelo que necessariamente há de se tornar no futuro, por todo seu potencial aqui analisado, e a partir de nosso posicionamento cultural e ético. A reflexão sobre a moral e a ética brasileira é fundamental para o brasileiro tomar pé de sua vida social. A mestiçagem é tudo aquilo que nos constituiu desde o começo. Mestiçagem fundamental entre índios e negros, entre índios e brancos e entre brancos e negros — é o que formou nossa cultura de base. Inconfundível em qualquer parte do mundo. E o borogodó é o nosso mistério, que só à flor da pela, na experiência vivida é que dá para senti-la, dificilmente para ser elaborada.

O livro não é “uma obra em andamento”, naturalmente, mas os comentários serão importantes para o autor entender até onde ele está dizendo coisas que fazem sentido para os brasileiros e estrangeiros que conhecem o Brasil Ademais, pensar o Brasil não é tarefa para ser estagnada, o barco segue célere e sempre conturbado. Há que se estar atento para quaisquer ideias que surgem.

O livro tem nove capítulos. O primeiro trata da relação moral e ética do brasileiro. Não é fácil, mas creio que conseguiu mostrar que essas coisas também existem no Brasil … E que todo mundo quer saber, entender melhor os processos culturais que determinam moral e ética, e quiçá, como se adequar a uma visão ética mais consistente com a relação pessoal com outras pessoas, com a natureza e com o Absoluto.

Há dois capítulos sobre a formação social, a mestiçagem e a constituição da cultura mestiça brasileira, bem como as bases da formação da desigualdade social. Aqui se dá o devido valor ao papel do indígena nessa constituição nacional, tanto geneticamente quanto culturalmente. Enfatiza-se o caráter de uma formação social por via de estamentos desiguais, onde as chamadas classes sociais funcionam com certa medida, mas não como se pretende normalmente nas sociologia brasileira.

O quarto capítulo trata da economia brasileira, seu caráter classista e suas consequências para a continuidade da desigualdade social derivada. Há boas seções sobre a fenomenologia da economia, exemplos de sucessos e passagens de indivíduos entre classes e também uma descrição muito dura sobre a ineficiência da economia devido a aspectos culturais e técnicos.

Um capítulo trata das aporias do pensamento e da vida universitária brasileira, produtora de conhecimento, de ideologias e refúgio de um intenso corporativismo. Alguns colegas podem se chocar com o que está escrito.

Um capítulo se chama “Um papagaio em cada lar” e trata do hábito de se criar passarinhos e bichinhos do mato em casa. Ao contrário dos ambientalistas, o livro meio que dá força a isso e contraria o sentimento geral trazido pela classe média ultimamente de que tal hábito arraigado na cultura de base brasileira é fruto de um antropocentrismo clássico. Au contraire, trata-se de um desejo intenso e misterioso do brasileiro manter algum vínculo real com a natureza, algo que nossa cultura rechaça em sua própria origem.

Dois capítulos reveem as contribuições de mais de 30 pensadores brasileiros e estrangeiros sobre o Brasil. E mostram que há quatro modos de pensar o Brasil, que correspondem a quatro visões do Brasil: o conservador, o liberal, o nativista e o utópico. Nenhuma dessas visões cobre a envergadura de nossa cultura e de nossa história. Só em conjunto, por uma síntese hiperdialética, aberta e complacente pode servir de base teórica para se pensar o que podemos pensar sobre o nosso misterioso país, nosso borogodó.

Por fim, o capítulo final, meio apoteótico. defende nosso berço esplêndido onde nos deitamos ao som do mar e à luz do céu profundo e conclama a todos para aceitar o que somos e lutar para o que queremos ser.

Ao final, o livro reconhece que a ascensão da mulher nos últimos 50 anos ou mais, que desemboca de lutas prévias e da própria força de nossa cultura, é que pode criar um homem feminino junto com uma mulher masculina e recompor nossa cultura e fazer uma nova história.

Agradeço aos futuros leitores que gostarem de fazer comentários nessa pagina, na página do livro e por qualquer outro meio.

abraços afetuosos, Mércio Gomes

Autor:

Antropólogo e escritor, autor do livro O BRASIL INEVITÁVEL e proponente da Antropologia Hiperdialética.

Um comentário em “Lançado o livro O BRASIL INEVITÁVEL: Ética, mestiçagem e borogodó

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